Minha Experiência Com o Método Fônico na Educação Infantil

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O que é o método fônico?

Segundo Morais, (2012), a consciência fonológica tem a ver com a capacidade de pensarmos sobre as unidades sonoras das palavras, um amplo conjunto de habilidades metafonologicas.

Diz ainda, que é na realidade um grande conjunto ou uma “grande constelação” de habilidades de refletir sobre os segmentos sonoros das palavras, ou seja, trata-se da conscientização fonológica da escrita e da fala, o método fônico possibilita que a criança desenvolva a relação entre o som associado a letra e a fala, entendendo que cada letra possui o seu som fica mais fácil desenvolver a escrita e a leitura.

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Mais precisamente, segundo Capovilla (2004), o método fônico tem por objetivo desenvolver as habilidades metafonológicas e ensinar as correspondências grafofonêmicas de modo que possa levar a criança a adquirir leitura e escrita competentes; ou seja, escrita, fazendo codificação fonografêmica fluente para poder registrar seus pensamentos e, na leitura, fazendo decodificação grafofonêmica fluente para obter acesso semântico natural à medida que processa o texto.

Por que utilizar o método fônico?

Porque é uma prática que favorece a evolução da aquisição da leitura e escrita, as instituições que apostam no método fônico, acreditam que as crianças que desde cedo se apropriarem das habilidades da consciência fonológica e fonêmica terão um melhor preparo para aquisição da leitura e escrita.

Diante dos resultados obtidos ao fim desse ano letivo, hoje falo por experiência, que o método mais eficaz para a alfabetização é o método fônico, juntamente com a repetição diária da correspondência grafofonêmica.

Ao iniciar o ano letivo, em janeiro de 2018, logo de inicio pude perceber que se tratava de uma turma bastante heterogênica, as crianças, apesar de terem a mesma faixa etária, possuíam diferentes níveis de conhecimento, enquanto algumas já conheciam todas as letras do alfabeto, inclusive algumas sílabas, outras não conseguiam identificar nem mesmo as vogais, e ainda tinha os que estavam no meio termo.

O método fônico foi a melhor solução para uma turma como essa, pois pude estimular o reconhecimento das letras, para aqueles que ainda não conseguia fazê-lo, assim como apresentar, aos que já possuíam esse conhecimento, a relação grafofonêmica, o que foi muito importante para não se sentirem desestimulados, pois já conheciam as letra, mas não os seus sons.

Diariamente fazíamos a relação das letras do alfabeto, em sua forma gráfica e fonética, neste caso trabalhávamos com o nome da letra, grafia e som.

Nas palavras as crianças foram estimuladas a identificar os sons das letras que integrava cada sílaba, por este motivo eles obtiveram um excelente resultado na escrita, pois conseguiam identificar através dos fonemas as letras que faziam parte de cada palavra.

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Se você gostaria saber mais detalhes sobre como melhorar a assimilação de informações dos seus alunos, confira este meu outro artigo. Clique aqui.

De inicio a grande maioria da turma tinha como predominância na escrita o som das vogais, foi trabalhando a fonética das letras que eles começaram a perceber que a vogal sozinha não fazia determinados sons e assim precisariam de uma determinada consoante.

Meus resultados utilizando o método fônico

Em números práticos o resultado foi satisfatório, em uma turma com vinte crianças, de 5 a 6 anos, obtive os seguintes resultados:

13 crianças: alfabetizadas ( o que eu entendo por alfabetizado: ler e compreender o que foi lido, neste caso trato de frases e textos simples, escrever palavras utilizando todos os fonemas presentes na escrita) dentre as treze apenas quatro delas iniciaram o ano já reconhecendo as letras do alfabeto e reconhecendo sílabas, duas das treze não faziam o reconhecimento de quase nenhuma letra do alfabeto, nem mesmo as que faziam parte de seus nomes, as demais estavam no período de aprendizagem comum para a idade, reconheciam as letras dos nomes, relacionavam as letras a imagens e suas letras iniciais.

3 crianças: concluíram o ano pré-alfabetizadas (pré-alfabetizada, termo não cientifico, quando a criança reconhece todas as letras do alfabeto, faz a leitura de palavras, escreve a palavras utilizando-se de todos os fonemas presentes, mas ainda não consegue fazer a leitura de textos), neste caso uma dentre as três crianças desconfio que tenha algum tipo de limitação na aquisição da escrita e leitura (falo pelo que pude observar durante o ano letivo), outro não tinha nenhum tipo de acompanhamento em casa, deixando com a escola toda a responsabilidade na evolução da aprendizagem, e por fim uma que aparentemente tinha a ver com o tempo/despertar que cada criança possui para o desenvolvimento e aquisição da leitura/escrita.

1 criança: esta diagnosticada com autismo leve, também terminou o anos como citado acima pré-alfabetizada, fazia a leitura de palavras simples e também uma excelente escrita, mas não conseguia fazer a leitura de textos.

3 crianças: essas três crianças foram os casos mais preocupantes, pois ao iniciar o ano letivo, duas delas não identificavam nem as vogais, não conseguiam nem escrever seus nomes, tampouco identificar as letras que o compunha, para essas duas meu objetivo era diferente dos demais, pois primeiro elas precisavam reconhecer as letras e seus sons para poder progredir, trabalhei de forma individual sempre enfatizando os sons das letras, 1 delas terminou o ano conseguindo juntas os sons e lendo palavras de até três sílabas, da mesma forma a escrita, concluiu escrevendo palavras com sílabas simples, ex.: sapo, rato, sapato, cavalo).

A outra criança concluiu o ano reconhecendo todas as letras do alfabeto, fazia a escrita das palavras, mas na hora da leitura precisava de auxílio, pois fazia a leitura das sílabas, mas na hora de ler as palavras misturava as sílabas, com isso ela sempre precisava de auxílio.

A terceira criança desse grupo também conseguiu terminar o ano letivo reconhecendo todas as letras do alfabeto, lendo palavras simples, porém na hora da escrita, precisava de auxílio, pois apesar de reconhecer os sons das sílabas ao escrever a palavra trocava a posição das letra, ex.: pato/paot ou rato/arto,  isso ocorria também com números além de fazer os números espelhados tocava a posição.

Conclusões

Tendo em vista os resultados citados acima, o método fônico, até então foi o que obtive os melhores resultados no desenvolvimento da aquisição da leitura e escrita dos meus alunos.

Se você se interessou pelo tema, neste outro artigo eu falo de algumas das minhas técnicas para melhorar o processo de alfabetização e letramento. Clique aqui.

Lembrando que nós professores temos que ter em mente que nenhuma turma será homogênea, por isso é muito importante que antes de tudo, ao iniciar o ano letivo possamos fazer atividades de observação, de preferência, individuais para conhecermos nosso alunos e poder focar em suas dificuldades, principalmente sabermos o que estamos esperando de cada um deles (não me refiro no sentido de pré-julgamento e sim em aspectos objetivos).

Confira este meu outro artigo sobre avaliação. Clique aqui.

Desta forma poderemos identificar o progresso de cada um, estimulando ainda mais seu avanço na aquisição da leitura e escrita.

Devo ressaltar, que a alfabetização na educação infantil, ainda que não esteja prevista em lei, é algo cada vez mais comum no universo pedagógico, há quem defenda e os que condenam, por isso a importância do professor saber se impor em suas convicções pedagógicas, não existe teoria pronta e acabada, precisamos nos adaptar ao que mais nos representa (sempre se guiando também na instituição em que trabalha) enquanto profissionais da educação infantil.

Outro ponto importante é que esse método tem mais eficácia quando trabalhado em todas as turmas do processo de alfabetização, vale ressaltar que não é o caso da instituição em que atuo.

Se você gostou deste artigo e gostaria que eu escrevesse mais sobre meus métodos de alfabetização com o método fônico, deixe seu comentário ou envie um e-mail para contato@educacaoinfantilnapratica.com

Referências utilizadas:

MORAIS, Artur Gomes de. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Editora Melhoramento, 2012.

CAPOVILLA, Alessandra G. S. Alfabetização: método fônico. 3 ed. São Paulo: Memnon, 2004.

 



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